domingo, 15 de fevereiro de 2009

Memória do Futebol Cearense - Os caminhos que levaram o Ceará ao pentacampeonato


A foto do time do Ceará campeão em 1915: Aldo, Meton e Garcia; Ninito Silveira e Rola; Abreu, Pacatuba, Humberto Ribeiro, Gotardo e Guilherme (Foto: REPRODUÇÃO)


Documento do Arquivo Público comprova que a Federação (ADC) só ganhou personalidade jurídica em 1936 (Foto: REPRODUÇÃO)

O Diário do Nordeste mostra os passos seguidos pelo Ceará para ver o penta de 1915 a 1919 reconhecido oficialmente

Até o reconhecimento por parte da Federação Cearense de Futebol (FCF) — no dia 17 de dezembro último, atendendo decisão do Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol (TJDF) — do pentacampeonato conquistado pelo Ceará Sporting nos anos de 1915, 1916, 1917, 1918 e 1919, várias etapas foram superadas pelos alvinegros. O Diário do Nordeste reconstituiu essa epopéia e depois de observar os autos do processo, apresenta alguns documentos que foram decisivos para a consumação do maior anseio da torcida do Ceará.
O início da pesquisa em busca de documentos oficiais foi há quase treze anos, na gestão do ex-presidente Emanuel Gurgel. Na ocasião, ele delegou ao advogado Clarke Leitão a tarefa de procurar elementos que comprovassem o penta.

O início de tudo


O Conselheiro Luiz Queiroz Campos resolveu formar uma grupo para iniciar uma ampla pesquisa. O objetivo era comprovar a história narrada no Livro ‘‘A Verdadeira História do Futebol Cearense’’, do autor Frederico Maia, escrito em 1955 e em várias outras publicações.
O primeiro passo foi ir à Biblioteca Pública Moisés Pimentel. Lá, foram encontrados exemplares raríssimos, do jornal Diário do Estado, pertencente ao Partido Conservador Cearense e que circulou nas o primeiras décadas do século passado. Nas empoeiradas edições, fatos como a criação da Liga Metropolitana Cearense de Futebol (LCMF), que realizou as cinco competições, foram comprovados — ver matéria sobre o assunto abaixo.
Em seguida, era preciso conseguir documentos alusivos à LMCF. Numa primeira investida no Arquivo Público, não se encontrou nenhum documento. Segundo Luiz Campos, a constatação não desestimulou o grupo. Por ironia do destino, os alvinegros encontraram ´a luz no fim do túnel´ numa publicação de 1970 do seu maior rival, o Fortaleza.
Era uma revista que se chamava ‘‘Leão 70’’ e foi escrita na época por tricolores históricos como José Raimundo Costa, Blanchard Girão e Alfredo Sampaio, dentre outros. Nela, uma matéria causaria uma reviravolta no caso.

´Golpe de Estado´

Intitulada ‘‘Golpe de Estado’’, a reportagem conta que, a Associação Desportiva Cearense (ADC), cuja data de fundação conhecida por todos até então era 1920, não ocorreu de direito, apenas de fato. Alguns dissidentes da diretoria da ADC de posse da informação ‘‘bombástica’’, foram as cartório Pergentino Maia e registraram a entidade, dando-lhe, enfim, personalidade jurídica. Imediatamente após isso, procederam a filiação junto à Confederação Brasileira de Desportos (CBD), hoje, CBF. Diante dessa descoberta, ficava claro que nem a LMCF, nem a ADC, até 1935, tinham personalidade jurídica.

Arquivo Público

Os pesquisadores mais uma vez retornam ao Arquivo Público e comprovaram o que dizia a revista Leão 70. A instituição fornece uma certidão negativa, afirmando que ‘‘o primeiro registro da ADC foi lavrado no livro 2, às folhas 66 a 77, número de ordem 136, em 29 de janeiro de 1936, no Cartório do 3º Ofício de Notas Pergentino Maia’’. O Diário do Nordeste, num furo jornalístico, publicou matéria a respeito do assunto, inclusive com a íntegra do documento, na edição de 16 de outubro de 2005.
Quatro dias depois, o assessor jurídico da FCF e atual vice-presidente, Mauro Carmélio, em entrevista à nossa reportagem, admite que a ADC só foi registrada em 1936. Na ocasião, o advogado do Ceará, Clarke Leitão, dizia que ‘‘o assunto estava sacramentado’’.
Para Clarke, ou a FCF reconheceria os títulos a partir de 1915 ou teria que fazê-los somente de 1936 para cá. ‘‘Pela pesquisa, constatamos que em todos os outros estados funcionavam ligas chamadas de metropolitanas, embora patrocinasse os certames estaduais. Aqui foi a mesma coisa’’.

HEGEMONIA

39 títulos oficiais de campeão cearense passou a ter o Ceará após o reconhecimento do pentacampeonato conquistado de 1915 a 1919

PROTAGONISTAS
Vários personagens participaram do caso

Emanuel Gurgel
Foi o presidente do Ceará em 1995, período no qual atribuiu a tarefa ao advogado Clarke Leitão de buscar as provas sobre o penta do Vovô para, depois, levar o caso à Justiça Desportiva e Comum, se preciso fosse

Clarke Leitão
Foi o primeiro advogado do Alvinegro a tratar do assunto, há 13 anos, e o único a permanecer no caso até o seu desfecho. Independentemente da diretoria que comandava o clube, nunca deixou o assunto morrer

Emerson Damasceno
Não ficou tanto tempo à frente do Departamento Jurídico do Vovô, mas teve participação importante: foi ele quem trouxe do Rio de Janeiro a jurisprudência do caso Botafogo, que teve o título de 1907 reconhecido

Gonçalves Feitosa
Como diretor jurídico do Ceará, juntamente com Clarke, deu entrada no dia 13 de outubro de 2005 no pedido de reconhecimento do penta junto à FCF, que só veio atender após determinação judicial do TJDF

Irazer Gadelha
Após salvar o Ceará, juntamente com Clarke, do rebaixamento para a Série C no ´caso Preto´, foi importante em várias fases do processo. Mesmo convalescendo de doença, foi ao TJDF defender o Ceará

Haroldo Martins
É o mais novo desse grupo, embora seja o atual diretor jurídico do Ceará. Em 11/12/07, mesmo sem apoio dos dirigentes de então, protocolou no TJDF a ação declaratória do penta, que foi acatada em 10/12/08.

Notícias da época comprovam os livros


Mário Degésio Cavalcanti entrega o documento de homologação do penta a Evandro Leitão (Foto: KIKO SILVA)


Fac-símiles do Diário do Estado mostram, na sequência, a chamada para o jogo final de 1915, o resultado da partida, a reunião para a formação da Liga, que seria presidida por Alcides Santos, e o início do campeonato de 1915 (Foto: REPRODUÇÃO)


O Ceará tinha uma série de livros narrando a história do pentacampeonato. Mas, para os pesquisadores era necessário mostrar algo mais. Daí ter sido longa a busca nos jornais da época. Segundo Clarke Leitão, o Ceará conseguiu mais documentos desse período — de 1915 a 1919— do que da década de 20.
Na sequência abaixo, temos quatro fac-símiles importantes de notícias publicadas pelo Diário do Estado. A primeira delas foi no dia seis de novembro de 1915, na página 4 da edição de número 280. Sob o título ‘‘O Stela Foot-ball Club e o Ceará Sporting Club disputam amanhã o título de campeão do Ceará no campo do Bemfica’’. A segunda notícia é do dia 9 de novembro (edição 282, página 4). Traz o resultado do jogo: vitória do Ceará por 2x1, gols de Humberto Ribeiro e Pacatuba. Pedro Riquet descontou para o Stela.

Alcides Santos

Outra notícia importante foi encontrada na edição de número 141, página 2, publicada no dia 31 de maio de 1915. ‘‘Reunir-se-à domingo, 30 do corrente, a primeira sessão preparatória para a instalação da LMCF, a qual será presidida interinamente pelo distincto footballman Alcides Santos’’. Esse assunto, aliás, foi levado ao TJDF, quando os advogados do Ceará apresentaram o livro em comemoração aos 85 anos de fundação do Fortaleza, no qual trazia uma matéria sobre o fundador do Tricolor, onde frisava que ‘‘Alcides Santos foi um dos responsáveis por transformar a LMCF em ADC’’.
Na última notícia, publicada pelo Diário do Estado em 10 de junho de 1915, (pág 2), fala do início do campeoanto de 1915 que será realizado pela ‘‘Liga Cearense de Foot-Ball, que, a exemplo de suas congêneres dos outros estados, iniciará seus jogos no presente campeonato no dia quatro de julho, no ground do Jokey Club, o qual será disputado pelos primeiros teams do Stela e do Ceará’’.
Clarke Leitão revelou que o clube buscou as súmulas, mas ficou sabendo que nunca poderia encontrá-las, ‘‘já que as mesmas só foram utilizadas no nosso futebol a partir dos anos 40 do século passado e a FCF só as tem guardadas a partir da década de 90’’.

"O reconhecimento do penta foi justo, pois conseguimos provas irrefutáveis do que ocorreu naqueles anos"
"Se a LMCF não tem personalidade jurídica, o mesmo ocorre com a ADC até o ano de 1935"
Clarke Leitão
Advogado do Ceará

Fonte: Jornal Diário do Nordeste

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Memória do Futebol Cearense: Gentilândia


A Gentilândia é uma localidade da cidade de Fortaleza. Faz parte do Bairro Benfica - e corresponde ao quadrilátero urbano compreendido entre as avenidas da Universidade, Treze de Maio, Expedicionários e Eduardo Girão. Seu nome deriva do sobrenome "Gentil", família que durante décadas deteve as terras que hoje formam a comunidade.
O bairro possui uma quadra poliesportiva: o Ginásio Municipal Aécio de Borba. Fundado em 1979, recebe diversas competições esportivas, bem como outros tipos de eventos, como shows municipais e a “apuração” dos desfiles das escolas de samba de Fortaleza.
Próximo ao ginásio encontra-se o Estádio Municipal Presidente Vargas (PV) que desde 1941 abriga boa parte dos jogos do Campeonato Cearense de Futebol, bem como algumas das partidas de competições de nível nacional disputadas por clubes cearenses. A presença deste estádio faz do futebol um tema muito presente no cotidiano do bairro, seja nas conversas entre amigos nas calçadas e bares, seja na presença maciça de torcedores em dias de jogo. Esses torcedores compõem boa parte da clientela do comércio formal (bares, restaurantes) e informal (vendedores de churrasco no espeto, comerciantes de camisas com a marca de times, cambistas...).
A Gentilândia possuiu um clube de futebol próprio: o Gentilândia Atlético Clube, vencedor do "Torneio Início" de 1959 e do Campeonato Cearense de Futebol de 1956.
Se, como dizem, esporte faz bem para o corpo e para a mente, a história do futebol cearense está aí para comprovar a máxima. Durante um bom tempo, a Academia deixou de lado os muros universitários, o campo das letras, para se fazer representar em outra frente: os gramados. E o mecanismo dessa transformação até então inédita no futebol local atende pelo nome de Gentilândia Atlético Clube, o "Clube dos Acadêmicos".
Acadêmicos em campo
O Gentilândia Atlético Clube foi fundado a 1º de janeiro de 1934, a partir do Clube Social Gentilândia, fundado três anos antes, e que funcionava no bairro de mesmo nome, por um grupo de desportistas, dentre os quais figuram Oton Sobral, Moacir Machado, Jandir Machado, Paulo Araújo, José Lemos e Raimundo Cals. Com as cores azul e branca, estreou em disputas do Campeonato Cearense naquele mesmo ano, mas sem sucesso algum. No ano de 1935, surgiu um desentendimento entre a direção da A.D.C. e os dirigentes alvi-anis, passando o clube a viver nos subúrbios, disputando partidas amistosas. Essa situação permaneceu até 1937, quando o Gentilândia suspendeu suas atividades futebolísticas. O entrevero desmotivou os dirigentes do clube, que desistiram de retomar as disputas oficiais por anos. Nesse tempo, o futebol do Gentilândia "não passou de ano", restringindo-se aos torneios de categorias de base, enquanto que o clube continuou com as atividades sociais - matinês, festas dançantes e "pic-nics". A ação extra-campo foi importante para consolidar o Gentilândia como uma agremiação eminentemente jovem e angariar simpatizantes para a retomada do time às competições estaduais.
Em 1938, regressou às canchas suburbanas, com um esquadrão denominado Leão do Subúrbio. No ano de 1943, o Gentilândia viu-se forçado a suspender suas atividades, para reiniciá-las em 1944. E, em 1948, foi convidado a disputar o campeonato principal, promovido pela Federação Cearense de Desportos, capitaneado pelos garotos da Cruzada Infantil e da Congregação Mariana da Igreja dos Remédios, que treinavam no campinho atrás da igreja (hoje, o lugar, próximo ao canal do Jardim América, está ocupado por residências).

Profissional
Foi nessa época em que o apelido do time definitivamente "pegou". "O Gentilândia era chamado de 'Time dos Acadêmicos' porque era formado só de rapazes da sociedade. Só tinha acadêmicos, estudantes de medicina, de direito. Ninguém era profissional", aponta Airton Monte, ex-jogador do time entre 1948 e 1951, vários jogadores eram formados ou estudantes em cursos superiores, tais como: Wildson (Contador), Ossian Araripe (Direito), Edilson "Mandrake" Carneiro, Zé Walter, José Mário Mamede, Sérvulo Barroso, Zécandido, Edilson Lima Gomes (Odontologia), Denizio (Medicina), Paulo Mamede e Moacir Ciarlini (Farmácia), Cândido (INSS), Alfredo Linhares (Professor), Newton Studart (Economia), Orion (Agronomia), Haroldo Guimarães (Direito) e Haroldo Castelo Branco (Escola Militar ). Quando foi campeão em 1956, o Gentilândia contou na sua formação com craques geniais: Pedrinho Simões, Fernando Sátiro, Wiliam Pontes, Pipiu, Edilson e Liminha. O último campeonato disputado pelo Gentilândia foi em 1965.


Equipe do Gentilândia em 1954, ainda com as cores azul e branco: A partir da esquerda: (em pé) Zé Raimundo, Betinho, Aldo, Mozart e Bill Rola; (agachados) Otávio, Teófilo, Luiz Eduardo, Bebeto, Fernando Sátiro e Zé Pequeno. Anos depois, Bebeto, pai do repórter fotográfico LC Moreira, foi comentarista dos Diários Associados. Sátiro brilhou no São Paulo. Bill Rola é conceituado dentista. Fonte: Coluna do Tom Barros – Jornal Diário do Nordeste.

A equipe permaneceu como figurante até 1956, quando demonstrou ter aprendido a lição e levou seu único título estadual. A competição foi bastante conturbada. O Gentilândia venceu o primeiro turno, mas a segunda fase nem chegou a ser disputada, por conta das fracas rendas e das inúmeras temporadas de times de outros estados por aqui (eram mais rentáveis para o clubes). A Federação Cearense de Desportos (FCD, sucessora da ADC) não conseguiu organizar o returno e, por fim, decidiu proclamar o Gentilândia campão apenas em 13 março de 1957, às portas de uma nova edição do campeonato.
O time do Gentilândia que se sagrou campeão cearense de 1956, tinha na sua equipe jogadores excepcionais como os goleiros Pedrinho Simões e Gilvan Dias, o atacante Pipiu, o clássico Fernando Sátiro, que depois brilhou no São Paulo, e o notável e saudoso William Pontes, que nos anos seguintes brilharia no Ceará, Fortaleza e Seleção Cearense.
Nesse meio tempo o Gentilândia trocou o tradicional uniforme alvi-anil pelo rubronegro, similiar ao do Flamengo. Com o novo traje a equipe alcançou mais uma taça, a do Torneio Início de 1959, ao bater o Ceará na final. O "Clube dos Acadêmicos" disputou o Estadual ainda até 1965, sempre fazendo figura, quando desistiu da competição na metade e encerrou as atividades. A carreira academica do Gentilândia nos gramados cearenses acabava ali.


E-mais

O humorista Renato Aragão declarou recentemente ter atuado como zagueiro do Gentilândia quando jovem. A informação, no entanto, é questionada por ex-atletas do time. “É conversa dele. Comecei a andar no Gentilândia em 1951 e nunca vi ele nem na sede”, afirma o ex-jogador do time Airton Monte. “Também já ouvi falar dessa história mas não acredito. De 45 pra cá acompanho o Gentilândia, que foi organizado praticamente no quintal da minha casa, na rua Adolpho Herbster”, acrescenta o ex-goleiro do time, Pedrinho Simões.
O entrevero que resultou no afastamento do Gentilândia do Estadual de 1934 aconteceu na vitória sobre o Liceu por 3 a 2, em que os acadêmicos tiveram o terceiro gol considerado irregular e anulado em julgamento da ADC - a prática era permitida na época. Em sinal de protesto, os acadêmicos deixaram de comparecer às reuniões da entidade e foram excluídos do Estadual.
O título do Gentilândia de 1956, conquistado após a vitória no primeiro turno, sem que o segundo tenha sido disputado, fez com que o time fosse considerado “meio-campeão” por setores da imprensa.
Diretores do Gentilândia campeão estadual de 1956, empolgados com a conquista, decidiram mudar o tradicional uniforme alvi-anil do time para o rubronegro. A idéia era pegar carona na popularidade do Flamengo, do Rio de Janeiro. Não deu certo e o Gentilândia ficou descaracterizado.
Por pouco o Gentilândia não fica de fora do Estadual de 1956, o único vencido pelo clube. Isso porque, na época, a Federação Cearense de Desportos (FDC) realizava um turno classificatório antes do início do campeonato, para eliminar dois times da disputa. O Gentilândia terminou a fase como o sétimo colocado entre os oito competidores.
Contudo, protestou o resultado do jogo contra o América (derrota por 4 a 0) e acabou ganhando os pontos. Com isso os acadêmicos subiram para o sexto lugar na classificação e desbancaram o Ferroviário da disputa. A equipe empreendeu uma boa campanha na fase final - perdeu apenas na estréia, 2 a 0 diante do Fortaleza.
O título veio com a vitória sobre o Ceará por 1 a 0, com gol do atacante Pipiu. “Na própria fase de classificação o Gentilândia já vinha se montando. Aí o Jombrega (ex-jogador e técnico) chegou e acertou o time”, aponta Pedrinho Simões, goleiro dos acadêmicos entre 1952 e 1959.
O Gentilândia venceu o Torneio Início de 1959, disputado em 1º de março. Porém, a boa fase não foi mantida no Estadual - terminou em sétimo lugar entre oito competidores.

Campanha do Gentilândia em 1956.
12.05.1956
GENTILÂNDIA 3-5 USINA CEARÁ (FORTALEZA), em Fortaleza
19.05.1956
GENTILÂNDIA 2-2 NACIONAL (FORTALEZA), em Fortaleza
27.05.1956
GENTILÂNDIA 1-2 CEARÁ (FORTALEZA), em Fortaleza
10.06.1956
GENTILÂNDIA 0-4 FERROVIÁRIO (FORTALEZA), em Fortaleza
17.06.1956
GENTILÂNDIA 2-0 FORTALEZA (FORTALEZA), em Fortaleza
23.06.1956
GENTILÂNDIA 3-1 CALOUROS DO AR (FORTALEZA), em Fortaleza
01.07.1956
GENTILÂNDIA 0-4 AMÉRICA (FORTALEZA), em Fortaleza
11.08.1956
GENTILÂNDIA 0-2 FORTALEZA (FORTALEZA), em Fortaleza
19.08.1956
GENTILÂNDIA 1-0 CALOUROS DO AR (FORTALEZA), em Fortaleza
26.08.1956
GENTILÂNDIA 3-2 USINA CEARÁ (FORTALEZA), em Fortaleza
08.09.1956
GENTILÂNDIA 2-1 AMÉRICA (FORTALEZA), em Fortaleza
16.09.1956
GENTILÂNDIA 1-0 CEARÁ (FORTALEZA), em Fortaleza
12 JOGOS
06 VITÓRIAS
01 EMPATE
05 DERROTAS
18 GOLS MARCADOS
23 GOLS SOFRIDOS
Campeonato Cearense 1956
Turno de Classificação
12/05/56 Usina Ceará 5-3 Gentilândia
12/05/56 Calouros do Ar 4-3 América-CE
13/05/56 Ceará 5-3 Ferroviário-CE
13/05/56 Fortaleza 3-1 Nacional-CE
19/05/56 Gentilândia 2-2 Nacional-CE
19/05/56 Ceará 1-1 América-CE
20/05/56 Calouros do Ar 0-0 Ferroviário-CE
20/05/56 Fortaleza 1-0 Usina Ceará
26/05/56 Calouros do Ar 0-0 Fortaleza
26/05/56 Ferroviário-CE 3-2 Usina Ceará
27/05/56 Ceará 2-1 Gentilândia
27/05/56 América-CE 6-0 Nacional-CE
09/06/56 Usina Ceará 2-1 Ceará
09/06/56 América-CE 2-1 Fortaleza
10/06/56 Calouros do Ar 4-0 Nacional-CE
10/06/56 Ferroviário-CE 4-0 Gentilândia
16/06/56 Calouros do Ar 4-1 Ceará
16/06/56 América-CE 5-3 Ferroviário-CE
17/06/56 Gentilândia 2-0 Fortaleza
17/06/56 Usina Ceará 11-0 Nacional-CE
23/06/56 Ferroviário-CE 3-1 Nacional-CE
23/06/56 Gentilândia 3-1 Calouros do Ar
24/06/56 Ceará 2-0 Fortaleza
24/06/56 América-CE 3-3 Usina Ceará
29/06/56 Ceará 3-1 Nacional-CE
30/06/56 Calouros do Ar 2-1 Usina Ceará
01/07/56 América-CE 4-0 Gentilândia[pontos foram atribuídos ao Gentilândia]
01/07/56 Fortaleza 4-0 Ferroviário-CE

P J V E D GP GC SG
1. Calouros do Ar 10 7 4 2 1 15 8 7
2. Ceará 9 7 4 1 2 15 12 3
3. América-CE 8 7 3 2 2 24 12 12
4. Usina Ceará 7 7 3 1 3 24 13 11
5. Fortaleza 7 7 3 1 3 9 7 2
--------------------------------------------------------
6. Ferroviário-CE 7 7 3 1 3 16 17 -1
--------------------------------------------------------
7. Gentilândia 7 7 3 1 3 11 18 -7
--------------------------------------------------------
8. Nacional-CE 1 7 0 1 6 5 32 -27

Obs.: Ferroviário e Nacional foram eliminados do campeonato.

1º Turno
11/08/56 Fortaleza 2-0 Gentilândia
15/08/56 América-CE 1-0 Calouros do Ar
18/08/56 Ceará 1-1 Usina Ceará
19/08/56 Gentilândia 1-0 Calouros do Ar
25/08/56 América-CE 1-0 Fortaleza
26/08/56 Gentilândia 3-2 Usina Ceará
01/09/56 Calouros do Ar 1-0 Ceará
02/09/56 Fortaleza 0-0 Usina Ceará
08/09/56 Gentilândia 2-1 América-CE
09/09/56 Calouros do Ar 1-0 Fortaleza
15/09/56 Usina Ceará 3-0 América-CE
16/09/56 Gentilândia 1-0 Ceará
22/09/56 Usina Ceará 3-2 Calouros do Ar
23/09/56 Ceará 2-1 América-CE
30/09/56 Fortaleza 4-2 Ceará

P J V E D GP GC SG
1. Gentilândia 8 5 4 0 1 7 5 2 (CAMPEÃO)
--------------------------------------------------------
2. Usina Ceará 6 5 2 2 1 9 6 3
3. Fortaleza 5 5 2 1 2 6 4 2
4. Calouros do Ar 4 5 2 0 3 4 5 -1
5. América-CE 4 5 2 0 3 4 7 -3
6. Ceará 3 5 1 1 3 5 8 -3


Resultado Final

01º Gentilândia Atlético Clube - Fortaleza
02º Usina Ceará Atlético Clube - Fortaleza
03º Calouros do Ar Futebol Clube - Fortaleza
04º América Futebol Clube - Fortaleza
05º Fortaleza Esporte Clube - Fortaleza
06º Ceará Sporting Club - Fortaleza
07º Ferroviário Atlético Clube - Fortaleza
08º Nacional Atlético Clube - Fortaleza

Artilheiro - Luis Martins (Usina Ceará) 10 gols

Obs. O campeonato seria realizado em ida e volta, ponto corrido. Ao final da 1ª volta, o Gentilândia tinha aberto grande vantagem em pontos ganhos, notadamente em relação a Ceará e Fortaleza, que tinha 5 pontos a menos. Daí, surgiu à idéia de fazer o campeonato em 2 turnos distintos, garantindo assim o vice-campeonato ao Gentilândia, com o 2º turno começando todos com zero ponto. Como em outubro começou o campeonato de seleções, o impasse entrou pelo ano de 1957, e em março daquele ano, decidiu-se começar um novo campeonato, e o Gentilândia foi declarado campeão de 1956.

Fontes: Jornal O Povo, Jornal Diário do Nordeste e RSSSF Brasil